As famosas formações de arenito do Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, no Paraná, ganham novos contornos se forem observadas à noite. Foi esta a percepção do grupo de cerca de 30 pessoas que participou neste sábado (30/05/15) da Caminhada da Lua Cheia no parque e pôde contemplar de uma forma diferente as esculturas nas rochas – como a taça, a bota e a garrafa. Promovidas desde outubro de 2013, quando o parque completou 60 anos, as caminhadas noturnas são uma forma de promover a visitação da Vila Velha ao mesmo tempo em que mantém a conservação do local. “A ideia é trazer o visitante para contemplar o ambiente noturno do parque: a energia que envolve a noite, a fauna, a flora e a própria conscientização do ser humano como natureza”, explica o gerente de Uso Público do Parque Estadual de Vila Velha, Gabriel Coutinho. “No ambiente noturno a gente consegue trabalhar mais a questão do silêncio e utiliza outros sentidos além da visão. Consegue escutar mais, sentir o cheiro, tocar a natureza”, destaca. As caminhadas noturnas são feitas todos os meses, nos fins de semana próximos à lua cheia e à lua nova. Como a procura pelo passeio deste sábado foi grande, também foi aberta a visitação para o domingo (31/05/15), das 18h30 às 21h30. A ideia, porém, é que os passeios sejam feitos todos os fins de semana. CONTEMPLAÇÃO – Ao longo da caminhada de cerca de seis quilômetros, os visitantes podem observar a vegetação nativa, os animais de hábito noturno que habitam o parque e, em noites de céu claro, os astros e estrelas. A caminhada também funciona como um exercício de meditação. “Foi bem legal o passeio, mesmo que o tempo não tenha aberto. É incrível a forma dos arenitos, você vai andando e descobrindo novas formas. Valeu muito a pena” afirma a designer educacional Juliana Basichetti Martins, de Curitiba. O passeio é acompanhado pelos guias do parque, que explicam sobre os aspectos geológicos, históricos e até as lendas que envolvem as formações rochosas. “É um passeio bem diferente. Sempre passava à noite por aqui, via o farol do carro iluminando as rochas e ficava imaginando como seria de perto, e agora pude conferir”, conta o analista Rodrigo dos Santos. “Quero voltar durante o dia para ter noção de como é o parque sob a luz do sol”, diz. “É um passeio diferente, você tem outra visão do parque. Eu aconselho as pessoas que tem curiosidade que não percam a oportunidade de conhecer”, afirma a engenheira de produção Milena Ballão. O publicitário Fabiano Rosas Rocha tem uma propriedade próxima ao parque,a qual ele pretende transformar em uma Reserva Particular de Patrimônio Natural Municipal (RPPNM), que ajudará na conservação de animais e plantas nativas da região. “A intenção é fazer um corredor de preservação com o parque de Vila Velha, que fortalece a fauna e a flora daqui, e desenvolver projetos coletivos que beneficiem o parque e também as comunidades do entorno”, explica. Pela primeira vez visitando Vila Velha à noite, ele falasobre a importância da preservação ambiental e as diferentes percepções da natureza. “Já conhecia muito Vila Velha, mas a experiência com a natureza à noite é diferente”, afirma Fabiano. “A natureza tem sempre dessas surpresas. Se você vier em diferentes épocas do ano, em diferentes estações, de manhã ou à noite, são sempre experiências distintas”, destaca. O PARQUE – Vila Velha é a principal unidade de preservação dos Campos Gerais, com uma área superior a 3 mil hectares que inclui também outros pontos turísticos, como as Furnas e a Lagoa Dourada. Tombadas como Patrimônio Histórico e Artístico do Estado desde 1966, as formações de arenito que compõem o parque têm mais de 300 milhões de anos. Como unidade de conservação do Estado, Vila Velha preserva a vegetação de campo, típica da região dos Campos Gerais, e conta com uma fauna diversificada, com lobos-guará, suçuarana (onça parda), jaguatiricas, quatis, catetos e diversos tipos de aves. “O arenito de Vila Velha é estudado desde o século XIX. Uma das pesquisas feitas aqui comprovou a origem glacial das formações, que têm as mesmas características de rochas sedimentares da África do Sul”, explica Gabriel Coutinho. “O arenito de Vila Velha é uma das provas que deu força para a teoria científica de que a África e a América já fizeram parte de um mesmo continente”, afirma.
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